quinta-feira, 14 de julho de 2011

Projetos destacam atuação de mulheres e de nordestinos em períodos ditatoriais


Por Flora Freire

Atuação das mulheres na década de 30 e migração nordestina foram alguns dos temas abordados nesta quinta-feira (14), no segundo dia da 15ª Jornada de Iniciação Científica da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE). Cerca de 90 apresentações iniciaram as atividades do dia no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Pernambuco.

Dentre as apresentações estavam a da estudante de História da UFRPE, Helisângela Ferreira. A estudante abordou ações das mulheres integralistas no estado de Pernambuco. “Provenientes da classe média, as integralistas atuavam dentre os anos de 1932 e 1937, perpetuando o tradicional discurso de que ‘a mulher tinha o dever de cuidar da casa’”, afirmou a aluna. Acontece, porém, que muitas eram pobres e tinham que trabalhar para a própria sobrevivência, contradizendo os ideais políticos e conservadores da época.

Helisângela também afirmou que, nesse período, “a família constituiria o símbolo de uma nação ideal” motivo pelo qual as mulheres tinham a sua liberdade tolhida. A autora do trabalho sobre “As práticas socioculturais das mulheres integralistas na educação e assistencialismo entre as mulheres pobres do Recife”, orientado pela professora Giselda Brito Silva, também destacou o uso de documentos que comprovam a luta pela independência travada pelas pernambucanas, tais como títulos eleitorais, obtidos em arquivos do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), assim como os disponibilizados pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e por bibliotecas públicas locais.

Ainda se referindo a períodos de ditadura, desta vez durante o governo de Garrastazu Médice, o aluno Filipe Menezes destacou a visão do migrante nordestino frente à conquista da Amazônia. O objetivo era mostrar como “a identidade contribui para a orientação dos fluxos de mão-de-obra migratória vinda do nordeste”, explicou o graduando.

O projeto, orientado pela professora da UFPE, Regina Guimarães, e intitulado “Trabalho contemporâneo e a condição dos migrantes pernambucanos para a Amazônia: história de vida, memória e identidade”, reforçou também o contexto geopolítico da época. Como exemplo das dificuldades encontradas pelos trabalhadores rurais nesse período, Filipe destacou a reportagem publicada pelo Diário de Pernambuco no dia 5 de setembro de 1982 nomeada “Solo rico e população pobre”.

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