sexta-feira, 15 de julho de 2011

Cerimônia com premiação encerra a 15ª edição da Jornada de Iniciação Científica

Por Mariana Nântua

O encerramento da 15ª Jornada de Iniciação Científica da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia ocorreu na tarde desta sexta-feira (15). Contando com a presença de autoridades, como o presidente da FACEPE, Diogo Simões, a cerimônia realizou a entrega do prêmio Ricardo Ferreira.

Arnóbio Gama, diretor científico da FACEPE e professor do departamento de Química da UFPE, deu uma breve explicação sobre Ricardo Ferreira e o prêmio que leva seu nome. Pernambucano, Ferreira é um dos químicos mais importantes de sua geração no Brasil. Com o benefício, os alunos agraciados poderão participar de um congresso em sua área de pesquisa.

As categorias premiadas foram: Ciências Agrárias (Tamyres Izarelly e Célia Siqueira Ferraz), Ciências Biológicas e Saúde (Igor de Farias e Ruy Milton), Ciências Exatas e Engenharia (Luiz Felipe e Nízia Mayra) e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (Sidney Carlos e Debhora Fernanda).

Após a cerimônia, Diogo Simões comentou suas impressões sobre esta edição da Jornada. “Esse ano, o evento foi extraordinariamente bem organizado”, elogiou. O presidente da FACEPE ainda afirmou ter assistido a alguns trabalhos e disse que não só ele, mas “todos ficaram satisfeitos com a presença dos alunos e suas apresentações”.

Com relação à próxima edição do evento, o presidente avisa que a lista dos estudantes selecionados estará disponível em pouco tempo. Nela, estão inclusos os alunos que já são bolsistas e requisitaram renovação, além de estudantes que não tem a bolsa da FACEPE. “Eles têm um ano para organizar suas pesquisas, que deverão estar prontas até a próxima Jornada”, lembra. 

Diogo Simões ainda ressalta que, nesta edição, houve uma mudança de localidade. Nos anos anteriores, a Jornada de Iniciação Científica era realizada na UPE. “Este ano, trouxemos as apresentações para a UFPE”, diz. Ele ainda adianta a possibilidade de levar o evento a outras cidades, como Caruaru. “Por enquanto, isso é apenas uma idéia”, comenta.

“Nós atingimos nosso objetivo. Para os alunos, a Jornada de Iniciação Científica é uma ótima experiência. Inclusive, para treinar sua pesquisa. É um momento em que o estudante pode se familiarizar com trabalhos diferentes do seu”, afirma o presidente da FACEPE.

Trabalhos se destacam por buscar melhoria na qualidade de vida

Por Daniel Vilarouca

Terminou, na tarde desta sexta-feira (15), a 15ª Jornada de Iniciação Científica da FACEPE. Dos 344 trabalhos apresentados, durante três dias, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFPE, oito se destacaram e ganharam o Prêmio Ricardo Ferreira. Entre eles, uma característica chamou a atenção: a busca pelo bem estar e a melhoria da qualidade de vida dos pernambucanos.

Foram oito estudantes contemplados, dois por categoria, com prêmios em dinheiro que serão utilizados para custear a participação destes jovens pesquisadores em congressos a nível nacional. O incentivo à pesquisa, proporcionado pela FACEPE, mostra que, cada vez mais, o jovem está preocupado com a vida em sociedade e a procura por alternativas.

Nesta perspectiva, as pesquisas premiadas apontam saídas para problemas que afetam diretamente os pernambucanos. Acompanhe um resumo de cada projeto por área:

Ciências Agrárias
O trabalho apresentado por Tamyres Izarelly focou na Medicina Veterinária e como os rebanhos de caprinos, da bacia leiteira do estado, são afetados linfadenite caseosa e, possivelmente, pela tuberculose animal. Em seu material, ela aponta formas de identificar e diferenciar estas doenças.

Já Célia Siqueira Ferraz se preocupou com as plantações de algodão devastadas pelo ácaro. Voltada para a agronomia, sua pesquisa mostrou que este é o principal motivo da queda na produtividade do algodão, uma das principais culturas agrícolas do país.

Ciências Biológicas e Saúde
Igor de Farias falou sobre os danos causados, em crianças e adultos, pela anemia falciforme que é uma das principais causas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ruy Milton alertou para o diagnóstico precoce e o melhor tratamento nos casos de leucemia linfóide aguda. O aluno, inclusive, não participou da premiação, pois já se encontra no estado de São Paulo aprimorando seus estudos.

Ciências Exatas e Engenharia
Com um trabalho na área de Engenharia Nuclear, Luiz Felipe discorreu sobre a exposição à radiação em pacientes com patologias na cabeça, pescoço, coluna e sistema nervoso central. Nízia Mayra buscou a reação entre produtos químicos para o combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Sidney Carlos tratou da identidade dos jovens nas redes sociais. Ele questionou a imagem estereotipada do jovem na sociedade e mostrou que é preciso ouvir este público em potencial. Debhora Fernanda foi além e pesquisou sobre os impactos sociais, no município de Ipojuca, causados pelo complexo portuário de Suape. Segundo ela, apesar dos investimentos naquela cidade, os indicadores sociais apresentam dados alarmantes.

Mulher na Ciência é tema de palestra realizada na manhã desta sexta-feira (15)


Por Flora Freire

Por que existem mais homens que mulheres cientistas no Brasil? Por que as mulheres se inserem mais lentamente na ciência em relação ao gênero oposto? Esses foram alguns dos questionamentos levantados na palestra realizada nesta sexta-feira (15), durante o último dia de realização da 15ª Jornada de Iniciação Científica promovida pela FACEPE. A exposição ficou por conta da pesquisadora Giovanna Machado que discorreu sobre “A Mulher na Ciência”

“Na sociedade brasileira há distinção entre homens e mulheres que pode ser constatado por meio de dados fornecidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Elas ocupam 34% do número de bolsistas no país e constituem 13% da Academia Brasileira das Ciências”, explicou a pesquisadora do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), Giovanna Machado.

Durante a participação, Giovanna ressaltou fatores históricos que favoreceram a inserção da mulher no mercado de trabalho. Dentre eles, a Segunda Guerra Mundial e o período pós-guerra, épocas em que muitas trabalhavam para o sustento de suas famílias devido à ausência dos maridos.

A independência foi um caminho sem volta. Ainda hoje elas buscam uma inserção igualitária no mercado, principalmente em áreas predominantes dentre o público masculino, por vezes se dividindo entre a maternidade e o futuro profissional. 

Foi então, com o objetivo de estimular a atuação de jovens pesquisadoras no Brasil e, mais especificamente, no estado de Pernambuco, que a CETENE, com apoio do consulado dos Estados Unidos, criou o “Programa Futuras Cientistas”. A iniciativa prevê a inclusão das estudantes do 2º ano do ensino médio de escolas municipais do Recife em projetos de áreas ligadas à ciência e tecnologia.

Ciclo de apresentações de pesquisas científicas chega ao fim

 

Por Larissa Lins

O início das atividades do último dia de realização da 15ª Jornada de Iniciação Científica PIBIC/FACEPE/CNPq ficou por conta das apresentações dos graduandos. Os estudantes apresentaram o resultado das suas respectivas pesquisas em salas que foram separadas por áreas de atuação e analisadas pelas comissões julgadoras. Com a proximidade do encerramento do evento, aumenta também a expectativa pela entrega do Prêmio Ricardo Ferreira e a ansiedade pelos resultados das avaliações individuais das bancas.

Érika Pinto Marinho, estudante do campus de Caruaru, afirma que a principal vantagem em ter participado desse evento é a experiência adquirida através da exposição e das críticas dos professores avaliadores. Érika apresentou, na área de Ciências Exatas, o trabalho sobre "Preparação de filmes de SNO2 dopados com NB, CE e CR para aplicação como sensores de gás”. A intenção da pesquisa é produzir resina com características de sensor de gás para analisar, por exemplo, o nível de contaminação do álcool combustível. O bafômetro é um exemplo conhecido desses sensores e, para Érika, a maior utilidade do estudo é facilitar a produção nacional de mais instrumentos como este.

No campo da Psicologia, um dos trabalhos apresentados foi o de Pedro Pinheiro com o título "Estratégias sociais de crianças de 3 a 6 anos para sua inserção e de parceiros numa brincadeira já em curso". Segundo o estudante, a relevância de sua linha de estudos deve-se à própria relevância do comportamento humano de inserção. Durante a pesquisa foram analisadas 53 crianças de três a seis anos por meio de estratégias inclusivas. São elas: solicitação de participação na brincadeira, observação e reconhecimento de regras, atribuição de papéis para inclusão de colegas e, especialmente, adaptação. Gêneros e convenções sociais foram observadas como critérios, presentes desde a infância, para divisão de grupo. Os meninos, por exemplo, preferem não participar de diversões que envolvam objetos tipicamente femininos, como maquiagem. No entanto, "parece haver uma prioridade em interagir, em brincar, independente de qual seja a brincadeira", ressaltou Pedro ao final de sua apresentação.

Ao longo dos três dias de realização da Jornada foram apresentados 344 trabalhos científicos das áreas de Ciências Agrárias; Ciências Biológicas e da Saúde; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Letras e Artes; e Ciências Exatas e Engenharias.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dor abdominal funcional em jovens está ligada ao consumo de fibras


Por Mariana Nântua

A estudante Mirella de Vasconcelos fez essa conexão na 15ª Jornada Científica da FACEPE, na tarde desta quinta-feira (14). Explicando que o DGF, ou Distúrbio Gastrintestinal Funcional, é uma dor comum, ela afirma que 2/3 das crianças sentem os sintomas após consumir alimentos. “Ela é multifatorial, ou seja, tanto a genética quanto a psicologia e o ambiente influem em seu aparecimento”, esclarece.

O DGF foi relacionado com o consumo de fibras solúveis e insolúveis pela estudante de Medicina. Ela usou como base as crianças com mais de quatro anos e adolescentes encaminhados para o atendimento no Hospital das Clínicas. Foram distribuídos questionários e os pacientes com doenças prévias foram excluídos. Em seguida, Mirella de Vasconcellos comparou os resultados de jovens sem o DGF crônico e jovens com a doença recorrente.

Os que possuíam a dor abdominal crônica, após a ingestão de alimentos, apresentavam dor com mais facilidade do que os que não são portadores da doença. O estudo, que levou em conta o consumo de carboidratos, proteínas e lipídios, acabou encontrando nas fibras (solúveis e insolúveis) a diferença maior.

O seu interesse partiu do fato de haver poucos estudos que relacionassem a ingestão alimentar com o DGF. “Geralmente, eles fazem a ligação com outras doenças, mas não com a dor abdominal funcional”, afirma a estudante Mirella de Vasconcelos.

Resíduos reciclados podem ser usados na construção de rodovias


Por Pedro Monteiro

A construção civil é um dos ramos da engenharia que mais produz resíduos e seu descarte apresenta-se como um grande problema ambiental para as construtoras. Sabendo disso, a estudante de Engenharia Civil da UPE, Rebecca da Silva, pesquisou o uso de resíduos reciclados na pavimentação e observou que é uma alternativa viável. Seu trabalho foi apresentado na 15ª Jornada de Iniciação Científica da Facepe, nesta quinta-feira (14).

A estudante analisou em laboratório duas amostras de resíduos. “Os resíduos são agregados formados por vários tipos de materiais e, por isso, são heterogêneos. O que requer uma minuciosa análise laboratorial”, explica. Os agregados podem ser usados no reforço do subleito e na execução de sub-base e base de pavimentos.

As vantagens da utilização de resíduos reciclados são grandes. Além de cumprir com os critérios das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os agregados reciclados são baratos. “O custo pode ser até 30% menor do que os materiais regulares”, calcula Rebecca da Silva.

Segundo a futura engenheira, o estudo é muito importante pela predominância do transporte rodoviário no Brasil. “A utilização grande das rodovias no país torna imprescindível a garantia de durabilidade do pavimento”, conclui.
 

Obesidade em classes baixas apresenta alta ocorrência


Por Pedro Monteiro

Um dos principais problemas para a saúde pública no século XXI, a obesidade já ultrapassou a fome como dificuldade alimentar mais importante no Brasil. Mais um estudo que confirma esse panorama foi apresentado pelo estudante de Medicina da Faculdade Pernambucana de Saúde, Romero Falcão. O aluno analisou a ocorrência de obesidade em mulheres adultas na favela de Santo Amaro, no Recife.

Falcão observou que sobrepeso atinge 29% das 632 mulheres pesquisadas, enquanto a obesidade aparece em 17%. O estudante de medicina observou que a taxa de sobrepeso foi maior do que a verificada na população geral.

Segundo ele, a dieta das mulheres pesquisadas tem muitos alimentos ricos em carboidratos, como arroz e macarrão, e pouca proteína proveniente de carne. “A ingestão de alimentos hipercalóricos e de baixo custo aparece como principal correlação para a obesidade e o sobrepeso”, explica o estudante.

O estudante ainda afirmou que há baixa prevalência de inatividade física entre as mulheres entrevistadas. Portanto, há outra teoria para explicar a prevalência da obesidade. “A hipótese de Parker aponta que pessoas que foram mal-nutridas nos primeiros anos de vida têm tendência maior para desenvolver obesidade quando adultas”, explica Romero Falcão.


Estudante mapeia a violência na Região Metropolitana do Recife


Por Mariana Nântua

Pernambuco, principalmente Recife e arredores, são conhecidos como lugares violentos. Tendo isso em mente, a estudante Julie Hanna de Souza pesquisou sobre criminalidade na Região Metropolitana do Recife (RMR) e criou um atlas da distribuição destes crimes. O projeto foi apresentado nesta quinta-feira (14) na 15ª Jornada Científica da FACEPE.

Para realizar esta pesquisa, a estudante levou em conta os crimes de homicídio, latrocínio e lesões corporais seguidas de morte, ocorridos nos anos de 2004 a 2010. Estes dados foram comparados com os aspectos socioeconômicos do local para gerar os resultados. As descobertas foram diferentes quando se fez a comparação entre homem e mulher.

“Enquanto as mulheres têm mais chances de morrerem no latrocínio, que é roubo seguido de morte, os homens são as maiores vítimas no geral”, afirma Julie Hanna de Souza.

Ela ressalta ainda que, apesar de não possuir inicialmente um recorte de gênero, os achados foram significativos no que diz respeito à violência a mulher. “Existe uma maior chance de morte por armas brancas e na residência e arredores. A gente pode inferir que isso parte da violência doméstica”, esclarece a estudante.

Também de acordo com a pesquisa, Recife foi considerada a cidade mais violenta da RMR. Entretanto, os três primeiros bairros em criminalidade são de Jaboatão dos Guararapes. “Curiosamente, Piedade, Ibura e Prazeres são os mais violentos bairros, apesar de não fazerem parte da cidade mais violenta”, diz Julie Hanna da Silva.

“Apesar de não ser meu tema inicial, eu acabei me interessando bastante pela área”, afirma a estudante de Sociologia da UFPE. Ela ainda declara que é importante instituir políticas públicas para conter os crimes. “No ano do desarmamento, por exemplo, a violência diminuiu consideravelmente”, afirma ela.

Arquitetura é proposta como forma de prevenir criminalidade

Por Pedro Monteiro

No bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, roubos e furtos ocorrem, em sua maioria, em ruas com equipamentos urbanos variados e bastante movimentadas. A análise é da mestranda de Arquitetura e Urbanismo da UFPE, Rafaella Cavalcanti, e faz parte de sua pesquisa, apresentada nesta quinta-feira (14), na 15ª Jornada de Iniciação Científica da FACEPE.

O objetivo do trabalho, segundo a estudante, é “desenvolver um perfil espacial que aumente a segurança das ruas”. Para isso, foram analisadas, nas ruas de Boa Viagem, características como visibilidade, integração, movimento diário, tipos de estabelecimentos na rua, entre outros. “Com isso, pretendemos propor formas de incentivar a segurança através da arquitetura”, explica.

No estudo, a mestranda percebeu que pesquisadores europeus identificaram que ruas menos conectadas são mais perigosas. “Em Boa Viagem, por outro lado, esquinas das avenidas Conselheiro Aguiar e Domingos Ferreira apresentaram a maior ocorrência de roubos”, aponta a estudante. Segundo ela, uma das explicações para o maior número de furtos nas avenidas movimentadas é a quantidade de rotas de fuga para criminosos.

Rafaella Cavalcanti lembra que o espaço não é a única característica a se levar em consideração na prevenção de crimes. “Os elementos arquitetônicos têm que ser aliados à políticas públicas, para combater o crime”, analisa a estudante. “O social é muito importante também”, conclui.

Pesquisa analisa branqueamento de corais em Pernambuco


Por Flora Freire

O branqueamento dos recifes de corais pernambucanos foi tema de estudo apresentado na 15ª Jornada de Iniciação Científica da FACEPE, nesta quinta-feira (14). A pesquisa desenvolvida pelo aluno de Ciências Biológicas da UFRPE, Felipe Cavalcante, mostrou que o aumento na temperatura do planeta afeta os micro-organismos existentes nos corais.

“Zooxantelas são microalgas que moram nos tecidos dos corais”, explica Felipe Cavalcante. Segundo ele, quando aumenta a temperatura ambiente, muitos desses seres quebram a simbiose, ou seja, a relação mantida entre a microalga e o coral. “Esse é um dos problemas mundiais, hoje em dia”, afirma. Orientado pela professora Fernanda Amaral, o estudante comenta que “o aumento da temperatura foi o 'stress ambiental', responsável por desencadear a reação”.

Ao longo da exposição, Felipe Cavalcante ressaltou que “todas as colônias analisadas estavam esbranquiçadas”. Os objetos de pesquisa foram coletados em recifes do litoral pernambucano, mais especificamente em Porto de Galinhas, entre setembro de 2010 e março de 2011. Após a extração de amostras de tecido, os 28 fragmentos, ao todo, foram observados em microscópio e organizados estatisticamente.

O projeto “Estudo das Zooxantelas e do branqueamento do hidróide calcário Millepora Alcicornis (linnaeus, 1759) em alguns ambientes recifais do litoral de Pernambuco” foi responsável por destacar o primeiro caso de branqueamento do M.Alcicornis para o estado de Pernambuco.

Estatísticas matemáticas podem ajudar na captura de criminosos


Por Mariana Nântua

O estudante José Ivson Soares expôs, nesta quinta-feira (14), uma possível maneira de capturar criminosos que escaparam da Justiça. O projeto, intitulado “Reconhecimento de face em imagens de vídeo”, foi apresentado na 15ª edição da Jornada de Iniciação Científica da FACEPE. O objeto do estudo é a técnica de PCA e seu auxílio no reconhecimento de imagens.

O PCA (Principal Component Analysis ou Análise de Componente Principal) é um procedimento estatístico que reduz o número de variáveis de uma equação e escolhe as principais. O resultado disto é uma forma mais exata de analisar uma situação. “Eu escolhi essa técnica por ter uma menor margem de erro”, afirma José Ivson Soares.

O estudante explica como o método funciona. “Em um vídeo, implanta o sistema Adaboost de reconhecimento de face e escolhe um frame, ou seja, um quadro do vídeo, e a partir dele, o PCA decide, com maior precisão, quais são os dados importantes”, esclarece José Ivson Soares.

O estudante de Engenharia da Computação da UFPE explica que o aspecto mais relevante de seu projeto seria a segurança. Futuramente, o sistema de reconhecimento de imagens, juntamente a técnica do PCA, poderia ajudar na captura de foragidos e procurados pela polícia.

Efeitos da ansiedade na cadeira do dentista são tema de estudo


Por Pedro Monteiro

O consultório odontológico é um lugar tenso. A imagem negativa que muitos criam dos dentistas causa bastante ansiedade na hora de se consultar. Ansiedade ainda maior se o paciente for mulher com menos de 40 anos e alto grau de escolaridade, como indica a pesquisa da estudante de odontologia da UPE, Taciana Villa-Nova. Seu trabalho foi apresentado nesta quinta-feira (14), na 15ª Jornada de Iniciação Científica da FACEPE.

A estudante aplicou questionários para medir o grau de ansiedade de 63 pacientes da clínica da Faculdade de Odontologia de Pernambuco, entre agosto de 2010 e abril de 2011, e comparou com os dados socioeconômicos dos entrevistados. “A tendência de maior ansiedade em mulheres, menores de 40 anos e mais escolarizados que observamos já foi comprovada por pesquisas em outras regiões”, explica Villa-Nova.

Ela também notou que pessoas que sofrem de doenças crônicas tendem a ficar mais nervosas durante as consultas. No caso das pessoas com hipertensão, uma das enfermidades crônicas mais comuns, a situação pode ser perigosa. “Os hipertensos são mais suscetíveis a sofrer problemas cardíacos em decorrência de aumento na ansiedade”, analisa a estudante. São emergências médicas em potencial no consultório.
 

Taciana Villa-Nova tem interesse em continuar com a pesquisa, pois considera o cuidado com pacientes ansiosos imprescindível para um bom atendimento odontológico. A futura dentista também pretende entrevistar ainda mais pacientes para obter resultados mais precisos.

Pavão destaca atuação da química na história da humanidade


Por Larissa Lins

Química na História da Humanidade. Esse foi o tema da palestra ministrada pelo professor Antônio Carlos Pavão no segundo dia de realização da 15ª Jornada de Iniciação Científica. A palestra foi aberta com a apresentação de um vídeo comemorativo em honra ao Ano Internacional da Química - que também mencionou o centenário do Prêmio Nobel concedido a Marie Curie - e a presença, nem sempre notada, mas constante, da Química no cotidiano.

Ao longo da palestra, o ministrante realizou associação entre os principais fatos históricos da humanidade e a influência da Química sobre eles. Dentre os tópicos citados estiveram o domínio dos filisteus sobre os israelitas, justificado pelo manuseio do aço que superou o bronze e é utilizado até então; o descobrimento do Brasil relacionado à busca dos europeus pelas especiarias, que são compostos químicos; e a independência dos Estados Unidos, que segundo o professor, foi possível graças à contribuição da pólvora francesa.

A Lenda de Prometeu, da antiga Grécia, foi lembrada pela influência do fogo no desenvolvimento humano. O Além disso, a síntese de amônia foi lembrada por Antônio Carlos Pavão como desencadeadora da Primeira Grande Guerra. Tudo isso para solidificar a ponte entre a história da Química e a própria história da civilização.

Quanto às contribuições químicas diárias, o professor ressaltou a produção de medicamentos comuns como a aspirina, úteis na busca humana por "viver mais e viver com qualidade", afirmou. Em sequência, Pavão divulgou a Semana de Comemoração ao Ano Internacional da Química (informações em www.deq.ufpe.br) e também a exposição interativa relacionada ao tema, a ser realizada no Espaço Ciência.

Antônio Carlos Pavão é doutor em Química e mestre em Físico-Química e professor associado da Universidade Federal de Pernambuco, além de diretor do Espaço Ciência (o museu de ciência de Pernambuco), desde 1995.

FACEPE homenageia pesquisas de iniciação científica de destaque com o Prêmio Ricardo Ferreira


Por Larissa Lins

Durante a cerimônia de encerramento da 15ª Jornada de Iniciação Científica, promovida pela Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE), haverá a entrega do Prêmio Ricardo Ferreira. A jornada teve início na última quarta (13) e segue até amanhã (15), no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Pernambuco.

O Prêmio Ricardo Ferreira concede auxílio financeiro individual aos estudantes que o recebem a fim de custear sua participação em congresso nacional. A premiação é oferecida pela FACEPE aos trabalhos em destaque na Jornada de Iniciação Científica e, de acordo com o edital, cobre as despesas com passagem aérea (ida e volta) na classe econômica; quantidade de diárias necessárias à duração do congresso; e a taxa de inscrição no congresso.

O principal objetivo do prêmio é incentivar os estudantes a alcançarem seus níveis máximos de relevância temática e qualidade de pesquisa apresentada. Nesta 15ª Jornada de Iniciação Científica concorrem automaticamente todos os bolsistas PIBIC/FACEPE que desenvolveram seus projetos entre Agosto de 2010 e Julho de 2011 e que receberam pelo menos cinco meses de bolsa. Alunos de outros programas de iniciação ou que não cumpriram suas apresentações durante a Jornada estão fora da disputa. Uma Comissão Julgadora avalia os concorrentes e o prêmio é entregue no último dia do evento. Após a cerimônia de premiação, os contemplados têm 12 meses para usufruir do benefício.

São concedidos dois prêmios para cada área do conhecimento, divididas entre: Ciências Agrárias; Ciências Biológicas e da Saúde; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Letras e Artes; Ciências Exatas e Engenharia.
 

Projetos destacam atuação de mulheres e de nordestinos em períodos ditatoriais


Por Flora Freire

Atuação das mulheres na década de 30 e migração nordestina foram alguns dos temas abordados nesta quinta-feira (14), no segundo dia da 15ª Jornada de Iniciação Científica da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco (FACEPE). Cerca de 90 apresentações iniciaram as atividades do dia no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal de Pernambuco.

Dentre as apresentações estavam a da estudante de História da UFRPE, Helisângela Ferreira. A estudante abordou ações das mulheres integralistas no estado de Pernambuco. “Provenientes da classe média, as integralistas atuavam dentre os anos de 1932 e 1937, perpetuando o tradicional discurso de que ‘a mulher tinha o dever de cuidar da casa’”, afirmou a aluna. Acontece, porém, que muitas eram pobres e tinham que trabalhar para a própria sobrevivência, contradizendo os ideais políticos e conservadores da época.

Helisângela também afirmou que, nesse período, “a família constituiria o símbolo de uma nação ideal” motivo pelo qual as mulheres tinham a sua liberdade tolhida. A autora do trabalho sobre “As práticas socioculturais das mulheres integralistas na educação e assistencialismo entre as mulheres pobres do Recife”, orientado pela professora Giselda Brito Silva, também destacou o uso de documentos que comprovam a luta pela independência travada pelas pernambucanas, tais como títulos eleitorais, obtidos em arquivos do antigo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS), assim como os disponibilizados pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) e por bibliotecas públicas locais.

Ainda se referindo a períodos de ditadura, desta vez durante o governo de Garrastazu Médice, o aluno Filipe Menezes destacou a visão do migrante nordestino frente à conquista da Amazônia. O objetivo era mostrar como “a identidade contribui para a orientação dos fluxos de mão-de-obra migratória vinda do nordeste”, explicou o graduando.

O projeto, orientado pela professora da UFPE, Regina Guimarães, e intitulado “Trabalho contemporâneo e a condição dos migrantes pernambucanos para a Amazônia: história de vida, memória e identidade”, reforçou também o contexto geopolítico da época. Como exemplo das dificuldades encontradas pelos trabalhadores rurais nesse período, Filipe destacou a reportagem publicada pelo Diário de Pernambuco no dia 5 de setembro de 1982 nomeada “Solo rico e população pobre”.

Trabalho sobre navio negreiro é destaque na área de humanas


Por Mariana Nântua

O tráfico de escravos e o julgamento que os escravistas recebiam em Pernambuco virou temática de pesquisa. A estudante de História da UFPE, Aline Albuquerque, apresentou, nesta quarta-feira (13), seu projeto na 15ª Jornada Científica da Facepe. Intitulado “A repressão ao tráfico de escravos em Pernambuco”, o trabalho analisa a forma como eram julgados os traficantes antes da Lei Áurea.

O estudo, idéia de seu orientador Marcus de Carvalho, focou na utilização do navio Nova Granada que transportava mercadorias, como farinha e arroz, de Santos à Pernambuco. Ele foi apreendido em novembro de 1844 por oficiais ingleses. Apesar de não conter nenhum escravo, a Lei do Equipamento permitia que a embarcação fosse apreendida se ela parecesse ser um navio negreiro. Albuquerque ressalva que, apesar desta ser uma lei vigente para a Inglaterra, o Brasil não a aceitava.

O caso foi julgado por dois juízes, um brasileiro e um inglês, que discordavam da sentença. Os ingleses queriam que o navio fosse retido e os brasileiros não concordavam, já que a Lei do Equipamento não era válida em seu território. Aline Albuquerque afirma que a Inglaterra se retirou por não querer um “sorteio de árbitros”, onde quem fosse selecionado julgaria o processo. Não foi instituída uma sentença e o escravista Ângelo Francisco Carneiro, dono do navio, não foi julgado.

O Nova Granada, que transportava escravos extra-oficialmente, foi a última embarcação a ser julgada pela Comissão Mista Brasileira e Inglesa. Logo depois, foi instituída a Bill Aberdeen, cuja sentença era dita por apenas um país.

Quando questionada sobre a importância de seu trabalho, Aline Albuquerque ressaltou “ser essencial ter conhecimento de como os julgamentos eram feitos no Brasil” Ela destaca a necessidade da formação de um banco de dados com informações sobre estes processos e seus réus.

Estudo questiona construção da Via Mangue


Por Pedro Monteiro

“A gente é que nem caranguejo, se colocar no asfalto, a gente morre”. A frase foi ouvida pela estudante Danuza Morais, durante uma série de entrevistas com moradores da comunidade do Bacardi, conjunto de palafitas no bairro do Pina. A aluna do curso de Geografia da UFPE pesquisou a forma como a Via Mangue e as transformações urbanas naquela área afetam a população local, que será realocada para dar lugar ao novo sistema viário. Seu trabalho foi apresentado, nesta quarta-feira (13), na 15ª Jornada de Iniciação Científica da FACEPE.

Morais afirma que o projeto de modernização na área de estuário do Rio Capibaribe precisa ser pensado de outra forma. “Há um medo de perda de território por parte dos moradores”, explica. Segundo ela, grande parte dos habitantes de palafitas da comunidade do Bacardi desenvolveu uma relação de identidade com o local, como é o caso dos pescadores, que vivem do mangue.

A estudante acredita que a modernização do bairro do Pina esconde processos de exclusão, um fenômeno antigo na cidade. “Os mocambos (denominação que se referia a barracos) construídos em áreas de mangue representavam a moradia de 50% da população recifense em 1913 e foram destruídos com a criação da Liga Social Contra os Mocambos, durante o governo de Agamenom Magalhães”, conta.

Apesar da Via Mangue ainda estar em construção, Danuza Morais acredita que o projeto é um arcabouço teórico para futuras discussões sobre as transformações urbanas no Pina. “A pesquisa é importante para mostrar os anseios e preocupações da população da comunidade com a modernização da região”, analisa.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Programa de rádio incentivava os cuidados com a saúde


Por Mariana Nântua

A difusão da informação através do rádio foi objeto de estudo apresentado, na tarde desta quarta-feira (13), na 15ª Jornada de Iniciação Científica da Facepe. A aluna de Enfermagem da UFPE, Michele Tavares, analisou o extinto programa Rádio Saúde e seu potencial educativo junto à sociedade e profissionais da área.

Transmitido pela Rádio Universitária AM, o programa informava a população sobre a prevenção e o tratamento de doenças. Inclusive, com entrevistas de profissionais da saúde. Entretanto, sua transmissão foi encerrada em 2005. Em cima disso, Michele Tavares desenvolveu o seu trabalho “Resgate documental do programa Rádio Saúde do ponto de vista do profissional de enfermagem”.

Analisando os programas transmitidos nos anos de 2004 e 2005, a estudante observou como o programa “trabalhava a realidade do ouvinte”. Ou seja, como ele tratava de notícias relevantes com uma linguagem simples. Desta forma, alcançava o maior número de espectadores possível. Isso gerava uma maior aproximação entre a notícia e o ouvinte e facilitava o entendimento sobre o que estava sendo dito.

Entretanto, em seu estudo, Michele Tavares também faz algumas críticas ao Rádio Saúde. “Precisaria de uma maior participação dos ouvintes e uma menor diversidade nas temáticas para facilitar a compreensão”, afirma. A educação pelo diálogo, cuja importância foi enfatizada por Paulo Freire, é trazida à tona pela estudante. “É importante que o profissional saiba como conversar com a população”, ressalta Tavares.

Juntamente a sua orientadora, Eliane Vasconcelos, e a enfermeira Andrea Loureiro, participante do extinto Rádio Saúde, a estudante pretende criar um novo programa de rádio cujo foco seja o mesmo: disseminar informações sobre saúde e educar a população. Ela acredita que, nesta nova fase, os programas devem focar na qualidade da recepção pelo ouvinte, já que o rádio “é a forma mais simples e barata de acesso à informação”.