Por Pedro Monteiro
Em Condado, município da Zona da Mata de Pernambuco, a tradicional dança do cavalo marinho vem perdendo força. A observação é do aluno Paulo Henrique Alcântara. Estudante do curso de licenciatura em Música da UFPE e bolsista da Iniciação Científica da Facepe, ele acredita que incentivos externos atrapalham na continuidade da brincadeira popular. O trabalho foi apresentado nesta quarta-feira (13).
Brincadeira com origem nos engenhos e que mistura música, dança, teatro e poesia, o cavalo marinho é símbolo cultural da cidade de Condado. “É uma tradição passada espontaneamente de geração em geração”, explica Paulo Henrique que, na sua pesquisa, estudou como a dança é reproduzida no município.
Segundo ele, a criação do Ponto de Cultura Viva Pareia, projeto desenvolvido pela ONG Associação Respeita Januário, atrapalhou a popularização da dança entre os jovens do município. O ponto de cultura desenvolve oficinas para ensinar dança, música e poesia do cavalo marinho. “Os brincadores mais velhos não aceitaram as mudanças na forma de ensinar o cavalo marinho que, antigamente, era mais espontânea”, afirma o estudante.
Segundo o estudante, a influência do Ponto de Cultura na reprodução do cavalo marinho mostra como os estímulos externos podem prejudicar as tradições populares. “O folclore, como patrimônio imaterial, é perpetuado pela reprodução espontânea, não por leis de incentivo”, conclui.
Não foi exatamente isso que falei. Fui muito mal compreendido. No meu trabalho, afirmo que as políticas públicas são importantes para a Cultura Popular,mas elas devem dar mais voz aos atores socias que produzem essa cultura, e que essas políticas de incentivo devem ser flexíveis em relação aos processos já existentes de reprodução cultural.
ResponderExcluirPaulo Henrique Alcântara