quarta-feira, 13 de julho de 2011

Estudo aponta problemas na difusão do cavalo marinho em Condado


Por Pedro Monteiro

Em Condado, município da Zona da Mata de Pernambuco, a tradicional dança do cavalo marinho vem perdendo força. A observação é do aluno Paulo Henrique Alcântara. Estudante do curso de licenciatura em Música da UFPE e bolsista da Iniciação Científica da Facepe, ele acredita que incentivos externos atrapalham na continuidade da brincadeira popular. O trabalho foi apresentado nesta quarta-feira (13).

Brincadeira com origem nos engenhos e que mistura música, dança, teatro e poesia, o cavalo marinho é símbolo cultural da cidade de Condado. “É uma tradição passada espontaneamente de geração em geração”, explica Paulo Henrique que, na sua pesquisa, estudou como a dança é reproduzida no município.

Segundo ele, a criação do Ponto de Cultura Viva Pareia, projeto desenvolvido pela ONG Associação Respeita Januário, atrapalhou a popularização da dança entre os jovens do município. O ponto de cultura desenvolve oficinas para ensinar dança, música e poesia do cavalo marinho. “Os brincadores mais velhos não aceitaram as mudanças na forma de ensinar o cavalo marinho que, antigamente, era mais espontânea”, afirma o estudante.

Segundo o estudante, a influência do Ponto de Cultura na reprodução do cavalo marinho mostra como os estímulos externos podem prejudicar as tradições populares. “O folclore, como patrimônio imaterial, é perpetuado pela reprodução espontânea, não por leis de incentivo”, conclui.

Um comentário:

  1. Não foi exatamente isso que falei. Fui muito mal compreendido. No meu trabalho, afirmo que as políticas públicas são importantes para a Cultura Popular,mas elas devem dar mais voz aos atores socias que produzem essa cultura, e que essas políticas de incentivo devem ser flexíveis em relação aos processos já existentes de reprodução cultural.

    Paulo Henrique Alcântara

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