sexta-feira, 15 de julho de 2011

Cerimônia com premiação encerra a 15ª edição da Jornada de Iniciação Científica

Por Mariana Nântua

O encerramento da 15ª Jornada de Iniciação Científica da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia ocorreu na tarde desta sexta-feira (15). Contando com a presença de autoridades, como o presidente da FACEPE, Diogo Simões, a cerimônia realizou a entrega do prêmio Ricardo Ferreira.

Arnóbio Gama, diretor científico da FACEPE e professor do departamento de Química da UFPE, deu uma breve explicação sobre Ricardo Ferreira e o prêmio que leva seu nome. Pernambucano, Ferreira é um dos químicos mais importantes de sua geração no Brasil. Com o benefício, os alunos agraciados poderão participar de um congresso em sua área de pesquisa.

As categorias premiadas foram: Ciências Agrárias (Tamyres Izarelly e Célia Siqueira Ferraz), Ciências Biológicas e Saúde (Igor de Farias e Ruy Milton), Ciências Exatas e Engenharia (Luiz Felipe e Nízia Mayra) e Ciências Humanas e Sociais Aplicadas (Sidney Carlos e Debhora Fernanda).

Após a cerimônia, Diogo Simões comentou suas impressões sobre esta edição da Jornada. “Esse ano, o evento foi extraordinariamente bem organizado”, elogiou. O presidente da FACEPE ainda afirmou ter assistido a alguns trabalhos e disse que não só ele, mas “todos ficaram satisfeitos com a presença dos alunos e suas apresentações”.

Com relação à próxima edição do evento, o presidente avisa que a lista dos estudantes selecionados estará disponível em pouco tempo. Nela, estão inclusos os alunos que já são bolsistas e requisitaram renovação, além de estudantes que não tem a bolsa da FACEPE. “Eles têm um ano para organizar suas pesquisas, que deverão estar prontas até a próxima Jornada”, lembra. 

Diogo Simões ainda ressalta que, nesta edição, houve uma mudança de localidade. Nos anos anteriores, a Jornada de Iniciação Científica era realizada na UPE. “Este ano, trouxemos as apresentações para a UFPE”, diz. Ele ainda adianta a possibilidade de levar o evento a outras cidades, como Caruaru. “Por enquanto, isso é apenas uma idéia”, comenta.

“Nós atingimos nosso objetivo. Para os alunos, a Jornada de Iniciação Científica é uma ótima experiência. Inclusive, para treinar sua pesquisa. É um momento em que o estudante pode se familiarizar com trabalhos diferentes do seu”, afirma o presidente da FACEPE.

Trabalhos se destacam por buscar melhoria na qualidade de vida

Por Daniel Vilarouca

Terminou, na tarde desta sexta-feira (15), a 15ª Jornada de Iniciação Científica da FACEPE. Dos 344 trabalhos apresentados, durante três dias, no Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFPE, oito se destacaram e ganharam o Prêmio Ricardo Ferreira. Entre eles, uma característica chamou a atenção: a busca pelo bem estar e a melhoria da qualidade de vida dos pernambucanos.

Foram oito estudantes contemplados, dois por categoria, com prêmios em dinheiro que serão utilizados para custear a participação destes jovens pesquisadores em congressos a nível nacional. O incentivo à pesquisa, proporcionado pela FACEPE, mostra que, cada vez mais, o jovem está preocupado com a vida em sociedade e a procura por alternativas.

Nesta perspectiva, as pesquisas premiadas apontam saídas para problemas que afetam diretamente os pernambucanos. Acompanhe um resumo de cada projeto por área:

Ciências Agrárias
O trabalho apresentado por Tamyres Izarelly focou na Medicina Veterinária e como os rebanhos de caprinos, da bacia leiteira do estado, são afetados linfadenite caseosa e, possivelmente, pela tuberculose animal. Em seu material, ela aponta formas de identificar e diferenciar estas doenças.

Já Célia Siqueira Ferraz se preocupou com as plantações de algodão devastadas pelo ácaro. Voltada para a agronomia, sua pesquisa mostrou que este é o principal motivo da queda na produtividade do algodão, uma das principais culturas agrícolas do país.

Ciências Biológicas e Saúde
Igor de Farias falou sobre os danos causados, em crianças e adultos, pela anemia falciforme que é uma das principais causas de Acidente Vascular Cerebral (AVC). Ruy Milton alertou para o diagnóstico precoce e o melhor tratamento nos casos de leucemia linfóide aguda. O aluno, inclusive, não participou da premiação, pois já se encontra no estado de São Paulo aprimorando seus estudos.

Ciências Exatas e Engenharia
Com um trabalho na área de Engenharia Nuclear, Luiz Felipe discorreu sobre a exposição à radiação em pacientes com patologias na cabeça, pescoço, coluna e sistema nervoso central. Nízia Mayra buscou a reação entre produtos químicos para o combate ao mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti.

Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Sidney Carlos tratou da identidade dos jovens nas redes sociais. Ele questionou a imagem estereotipada do jovem na sociedade e mostrou que é preciso ouvir este público em potencial. Debhora Fernanda foi além e pesquisou sobre os impactos sociais, no município de Ipojuca, causados pelo complexo portuário de Suape. Segundo ela, apesar dos investimentos naquela cidade, os indicadores sociais apresentam dados alarmantes.

Mulher na Ciência é tema de palestra realizada na manhã desta sexta-feira (15)


Por Flora Freire

Por que existem mais homens que mulheres cientistas no Brasil? Por que as mulheres se inserem mais lentamente na ciência em relação ao gênero oposto? Esses foram alguns dos questionamentos levantados na palestra realizada nesta sexta-feira (15), durante o último dia de realização da 15ª Jornada de Iniciação Científica promovida pela FACEPE. A exposição ficou por conta da pesquisadora Giovanna Machado que discorreu sobre “A Mulher na Ciência”

“Na sociedade brasileira há distinção entre homens e mulheres que pode ser constatado por meio de dados fornecidos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Elas ocupam 34% do número de bolsistas no país e constituem 13% da Academia Brasileira das Ciências”, explicou a pesquisadora do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (CETENE), Giovanna Machado.

Durante a participação, Giovanna ressaltou fatores históricos que favoreceram a inserção da mulher no mercado de trabalho. Dentre eles, a Segunda Guerra Mundial e o período pós-guerra, épocas em que muitas trabalhavam para o sustento de suas famílias devido à ausência dos maridos.

A independência foi um caminho sem volta. Ainda hoje elas buscam uma inserção igualitária no mercado, principalmente em áreas predominantes dentre o público masculino, por vezes se dividindo entre a maternidade e o futuro profissional. 

Foi então, com o objetivo de estimular a atuação de jovens pesquisadoras no Brasil e, mais especificamente, no estado de Pernambuco, que a CETENE, com apoio do consulado dos Estados Unidos, criou o “Programa Futuras Cientistas”. A iniciativa prevê a inclusão das estudantes do 2º ano do ensino médio de escolas municipais do Recife em projetos de áreas ligadas à ciência e tecnologia.

Ciclo de apresentações de pesquisas científicas chega ao fim

 

Por Larissa Lins

O início das atividades do último dia de realização da 15ª Jornada de Iniciação Científica PIBIC/FACEPE/CNPq ficou por conta das apresentações dos graduandos. Os estudantes apresentaram o resultado das suas respectivas pesquisas em salas que foram separadas por áreas de atuação e analisadas pelas comissões julgadoras. Com a proximidade do encerramento do evento, aumenta também a expectativa pela entrega do Prêmio Ricardo Ferreira e a ansiedade pelos resultados das avaliações individuais das bancas.

Érika Pinto Marinho, estudante do campus de Caruaru, afirma que a principal vantagem em ter participado desse evento é a experiência adquirida através da exposição e das críticas dos professores avaliadores. Érika apresentou, na área de Ciências Exatas, o trabalho sobre "Preparação de filmes de SNO2 dopados com NB, CE e CR para aplicação como sensores de gás”. A intenção da pesquisa é produzir resina com características de sensor de gás para analisar, por exemplo, o nível de contaminação do álcool combustível. O bafômetro é um exemplo conhecido desses sensores e, para Érika, a maior utilidade do estudo é facilitar a produção nacional de mais instrumentos como este.

No campo da Psicologia, um dos trabalhos apresentados foi o de Pedro Pinheiro com o título "Estratégias sociais de crianças de 3 a 6 anos para sua inserção e de parceiros numa brincadeira já em curso". Segundo o estudante, a relevância de sua linha de estudos deve-se à própria relevância do comportamento humano de inserção. Durante a pesquisa foram analisadas 53 crianças de três a seis anos por meio de estratégias inclusivas. São elas: solicitação de participação na brincadeira, observação e reconhecimento de regras, atribuição de papéis para inclusão de colegas e, especialmente, adaptação. Gêneros e convenções sociais foram observadas como critérios, presentes desde a infância, para divisão de grupo. Os meninos, por exemplo, preferem não participar de diversões que envolvam objetos tipicamente femininos, como maquiagem. No entanto, "parece haver uma prioridade em interagir, em brincar, independente de qual seja a brincadeira", ressaltou Pedro ao final de sua apresentação.

Ao longo dos três dias de realização da Jornada foram apresentados 344 trabalhos científicos das áreas de Ciências Agrárias; Ciências Biológicas e da Saúde; Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, Letras e Artes; e Ciências Exatas e Engenharias.


quinta-feira, 14 de julho de 2011

Dor abdominal funcional em jovens está ligada ao consumo de fibras


Por Mariana Nântua

A estudante Mirella de Vasconcelos fez essa conexão na 15ª Jornada Científica da FACEPE, na tarde desta quinta-feira (14). Explicando que o DGF, ou Distúrbio Gastrintestinal Funcional, é uma dor comum, ela afirma que 2/3 das crianças sentem os sintomas após consumir alimentos. “Ela é multifatorial, ou seja, tanto a genética quanto a psicologia e o ambiente influem em seu aparecimento”, esclarece.

O DGF foi relacionado com o consumo de fibras solúveis e insolúveis pela estudante de Medicina. Ela usou como base as crianças com mais de quatro anos e adolescentes encaminhados para o atendimento no Hospital das Clínicas. Foram distribuídos questionários e os pacientes com doenças prévias foram excluídos. Em seguida, Mirella de Vasconcellos comparou os resultados de jovens sem o DGF crônico e jovens com a doença recorrente.

Os que possuíam a dor abdominal crônica, após a ingestão de alimentos, apresentavam dor com mais facilidade do que os que não são portadores da doença. O estudo, que levou em conta o consumo de carboidratos, proteínas e lipídios, acabou encontrando nas fibras (solúveis e insolúveis) a diferença maior.

O seu interesse partiu do fato de haver poucos estudos que relacionassem a ingestão alimentar com o DGF. “Geralmente, eles fazem a ligação com outras doenças, mas não com a dor abdominal funcional”, afirma a estudante Mirella de Vasconcelos.

Resíduos reciclados podem ser usados na construção de rodovias


Por Pedro Monteiro

A construção civil é um dos ramos da engenharia que mais produz resíduos e seu descarte apresenta-se como um grande problema ambiental para as construtoras. Sabendo disso, a estudante de Engenharia Civil da UPE, Rebecca da Silva, pesquisou o uso de resíduos reciclados na pavimentação e observou que é uma alternativa viável. Seu trabalho foi apresentado na 15ª Jornada de Iniciação Científica da Facepe, nesta quinta-feira (14).

A estudante analisou em laboratório duas amostras de resíduos. “Os resíduos são agregados formados por vários tipos de materiais e, por isso, são heterogêneos. O que requer uma minuciosa análise laboratorial”, explica. Os agregados podem ser usados no reforço do subleito e na execução de sub-base e base de pavimentos.

As vantagens da utilização de resíduos reciclados são grandes. Além de cumprir com os critérios das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), os agregados reciclados são baratos. “O custo pode ser até 30% menor do que os materiais regulares”, calcula Rebecca da Silva.

Segundo a futura engenheira, o estudo é muito importante pela predominância do transporte rodoviário no Brasil. “A utilização grande das rodovias no país torna imprescindível a garantia de durabilidade do pavimento”, conclui.
 

Obesidade em classes baixas apresenta alta ocorrência


Por Pedro Monteiro

Um dos principais problemas para a saúde pública no século XXI, a obesidade já ultrapassou a fome como dificuldade alimentar mais importante no Brasil. Mais um estudo que confirma esse panorama foi apresentado pelo estudante de Medicina da Faculdade Pernambucana de Saúde, Romero Falcão. O aluno analisou a ocorrência de obesidade em mulheres adultas na favela de Santo Amaro, no Recife.

Falcão observou que sobrepeso atinge 29% das 632 mulheres pesquisadas, enquanto a obesidade aparece em 17%. O estudante de medicina observou que a taxa de sobrepeso foi maior do que a verificada na população geral.

Segundo ele, a dieta das mulheres pesquisadas tem muitos alimentos ricos em carboidratos, como arroz e macarrão, e pouca proteína proveniente de carne. “A ingestão de alimentos hipercalóricos e de baixo custo aparece como principal correlação para a obesidade e o sobrepeso”, explica o estudante.

O estudante ainda afirmou que há baixa prevalência de inatividade física entre as mulheres entrevistadas. Portanto, há outra teoria para explicar a prevalência da obesidade. “A hipótese de Parker aponta que pessoas que foram mal-nutridas nos primeiros anos de vida têm tendência maior para desenvolver obesidade quando adultas”, explica Romero Falcão.


Estudante mapeia a violência na Região Metropolitana do Recife


Por Mariana Nântua

Pernambuco, principalmente Recife e arredores, são conhecidos como lugares violentos. Tendo isso em mente, a estudante Julie Hanna de Souza pesquisou sobre criminalidade na Região Metropolitana do Recife (RMR) e criou um atlas da distribuição destes crimes. O projeto foi apresentado nesta quinta-feira (14) na 15ª Jornada Científica da FACEPE.

Para realizar esta pesquisa, a estudante levou em conta os crimes de homicídio, latrocínio e lesões corporais seguidas de morte, ocorridos nos anos de 2004 a 2010. Estes dados foram comparados com os aspectos socioeconômicos do local para gerar os resultados. As descobertas foram diferentes quando se fez a comparação entre homem e mulher.

“Enquanto as mulheres têm mais chances de morrerem no latrocínio, que é roubo seguido de morte, os homens são as maiores vítimas no geral”, afirma Julie Hanna de Souza.

Ela ressalta ainda que, apesar de não possuir inicialmente um recorte de gênero, os achados foram significativos no que diz respeito à violência a mulher. “Existe uma maior chance de morte por armas brancas e na residência e arredores. A gente pode inferir que isso parte da violência doméstica”, esclarece a estudante.

Também de acordo com a pesquisa, Recife foi considerada a cidade mais violenta da RMR. Entretanto, os três primeiros bairros em criminalidade são de Jaboatão dos Guararapes. “Curiosamente, Piedade, Ibura e Prazeres são os mais violentos bairros, apesar de não fazerem parte da cidade mais violenta”, diz Julie Hanna da Silva.

“Apesar de não ser meu tema inicial, eu acabei me interessando bastante pela área”, afirma a estudante de Sociologia da UFPE. Ela ainda declara que é importante instituir políticas públicas para conter os crimes. “No ano do desarmamento, por exemplo, a violência diminuiu consideravelmente”, afirma ela.